PSICOSFERA - ARTIGO COMPLEMENTAR
Psicosfera[1]
No Universo tudo é vida e
transformação. Leis imutáveis regem a harmonia através do regime de unidade. A
vida do homem em sociedade, submetida a essas leis naturais, respira nesse
engenho divino que destina os seres à evolução. A ordem que preside tais
fenômenos é regida por princípios de atração e repulsão que esculpem pouco a
pouco, os valores morais dignificadores da vida interpessoal. “Semelhante atrai
semelhante,” e “opostos se retraem”.
O pensamento é força energética
com cargas vigorosas, e o sentimento dá-lhe qualidade e vida tornando o
psiquismo humano o piso de formação dos ambientes em todo lugar. Tomando por
comparação as teias dos aracnídios, criadas para capiturar alimentação e se
defenderem, a mente humana, de modo similar, tem seu campo mental de absorção e
defesa estabelecido pelo teor de sua “radiação moral”: São as psicosferas.
Quanto mais moralizado, é o “circuito de imunidade da aura”, preservando o
homem das agressões naturais de seu “ecopsiquismo” e selecionando o alimento
mental vitalizador do equilíbrio de todo o cosmo biopsíquico.
O estudo da formação das
psicosferas explica-nos a razão de muitas sensações e incômodos, claramente
percebidos pelas criaturas na rotina de seus afazeres junto aos ambientes da
convivência social. Enchaquecas repentinas, náuseas, falta de oxigenação, tonturas,
alterações de humor instântâneas, alterações no bem-estar íntimo sem razões
plausíveis, irritações ocasionais sem motivos, sentimentos de agressividade,
ansiedade e tristeza súbita, indisposição contra alguém sem ocorrências que
justifiquem, eis alguns possíveis episódios que podem ter origem na natureza
psíquica dos ambientes.
Evidentemente, os locais de nossa
movimentação serão sempre o resultado da soma geral das criações que neles
imprimimos, colhendo dessa semeadura somente os frutos que guardem semelhança
com a qualidade das sementes que espalhamos. Dessa forma, alguns descuidos da
conduta ensejam romper com as “teias mentais defensivas” em razão da natureza
de nossas ações.
Nesse sentido, faz-se necessário
destacar que a palavra mal conduzida tem sido uma das mais frequentes formas de
fragilizar nosso sossego interior. Através dela temos permitido uma ligação
quase permanente, pela lei da associação mental, com os “campos de nutrição e
defesa” alheios, criando uma espécie de “comunidade de vínculos” na qual
encarceramo-nos a honerosos desgastes voluntários, quais os citados acima.
Basta imaginar várias teias de aranha se encontrando nas extremidades formando
o enorme “manto”... Assim passam a ser elos de contato e abertura a toda espécie
de seres que se movimentem naquelas faixas nas quais sintonizamos.
Tudo isso pela invigilância em
acentuar os aspectos sombrios dos outros e do meio, passando a partilhar na
intimidade daquela inferioridade que destacamos fora de nós. Vemos, frequentemente,
pessoas preocupadas com o mal que o outro pode lhe fazer, temerosas com os
“olhos gordos” que lhes infundem fantasias místicas e sentimentos inferiores em
relação a alguém, entretanto, ignoram que seu grande inimigo, seu grande
oponente são elas próprias, através dos comportamentos pelos quais atraem o mal
a si mesmos. Somos sempre os únicos responsáveis por nós.
O homem na Terra encontra-se tão
habituado a denegrir o outro que não é capaz de avaliar o mal que faz a si com
essa atitude. No entanto, na medida em que busca sua transformação, afeiçoa-se
a conduzir sua palavra mais nobremente em relação ao próximo e a tudo que o
cerca. Somente então, quando inicia o programa de disciplina, consegue
aquilatar com mais sensibilidade o quanto custa em seu desfavor o descuido com
o verbo edificante.
Essa necessidade humana de
destacar o mal alheio encobre, quase sempre, o desejo de rebaixar o outro e
causar-nos a ilusória sensação de superioridade, uma “maquinação” milenar do
orgulho nos recessos da mente. Para nos referirmos ao mal alheio sem causar prejuízos
a nós próprios, parecemos antes proceder a uma análise da natureza das emoções
e intenções que nos conduzem a agir dessa forma. O que necessitamos aprender
´´e sondar os nossos sentimentos quando falamos de alguém, o que está na nossa
vida afetiva quando mencionamos o outro. Somente assim conheceremos melhor
nossas reais motivações e teremos condições para empreender mudanças de
posturas eficazes, que manterão nosso campo espiritual defendido das cargas
enfermiças daquilo que não nos pertence.
Recordemos que os ambientes são o
espelho do que somos. Se já percebemos o quanto é pernicioso o hábito de
criticar por criticar, de julgar com inflexibilidade, de mentir sobre os atos
dos outros ou ainda de difamar a vida alheia, então façamos uma pausa para
entender causas de nossas ações, perguntando ao tribunal da consciência a
verdadeira razão pela qual ainda tomamos essas atitudes. Por que temos essas
necessidades? Por que alguém é sempre alvo de nossos comentários deprimentes?
Por que alguém nos incomoda tanto? Que posso fazer para amanhã não agir da
mesma maneira?
Além disso, ore sempre nos
círculos de trânsito por onde, iluminando tua aura e fortalecendo tuas defesas
contra as “teias mentais” daqueles que também agem nas trilhas ferinas da palavra
áspera e malfazeja.
José, o Espírito protetor, diz
que a indulgência acalma e atrai, Verdade incontestável. Quando vemos os
defeitos alheios, mas nos prestamos a tratá-los com real fraternidade e compreensão, aderindo
espontaneamente ao hábito de destacar-lhes também o “lado positivo” que
possuem, candidatamo-nos a ser os Samaritanos da vida no socorro às doenças
alheias, imunizando-nos dos infelizes reflexos que decorrem das ações às quais,
muitas vezes, adotamos contra nós mesmos, na condição de juízes e sensores
implacáveis da conduta do próximo. A indulgência cria focos de atração e
interesse, fazem as pessoas sentirem-se calmas e bem quistas ao nosso lado,
elevando-nos o “astral emocional” para viverem mais felizes.
Zelemos pelos nossos ambientes
tornando-os saudáveis e agradáveis para conviver. Otimismo incondicional,
vibrações positivas sempre, tolerância construtiva, cativar laços, o hábito
contínuo da oração, sorrir sempre, expressar alegria e humor contagiantes, dar
pouca ou nenhuma importância aos reclames e pessimismo dos outros, guardar a
certeza de que ninguém pode nos prejudicar além de nós mesmos, querer o bem
alheio, essas são algumas formas para a edificação de psicosferas ricas de
saúde e paz, medidas salvadoras de asseio espiritual que eliminarão expressiva
soma de problemas voluntários, dos quais podemos nos ver livres, desde que
realmente desejemos.
Fonte: Reforma íntima Sem
Martírio -As Dores Psicológicas do Crescimento Interior - Wanderley Soares de
Oliveira - pelo espírito Ermance Dufaux.
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